2008/08/15

De Exercitibus (uel De Decrescentia Mea)

Hoje completa-se o segundo mês de minha rotina diária -- excluídos os finais de semana e duas faltas eventuais -- de exercícios físicos na academia da Petrobras. Em conjunto com a dieta, que foi prescrita algumas semanas depois do início do exercícios e também é parte do programa de promoção de saúde para os empregados, já perdi cinco quilogramas de massa.

Além da perda de massa, observei a melhora do meu desempenho em algumas das atividades físicas. Particularmente, alegro-me com estar conseguindo correr por mais de dez minutos consecutivos. Esforço-me por melhorar minha capacidade, seja caminhando em aclives mais acentuados, seja correndo por mais tempo e com maior velocidade, seja, ainda, aumentando a carga nos aparelhos de musculação. Se, por um lado, meu progresso foi nulo em alguns tipos de exercício (como aquele destinado a desenvolver os músculos da região dos ombros: 7,5kg de carga tem sido um obstáculo intransponível), julgo ter algum sucesso em vista de que o consumo calórico indicado pelos aparelhos aeróbicos tem, em média, crescido.

Faço trinta minutos de esteira de segunda-feira a sexta-feira, alternando entre corridas leves (menos de 10km/h) na horizontal e caminhadas rápidas (entre 6,7km/h e 7,0km/h) com aclives que variam, em inclinação, de 6% a 8%. Nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, faço também musculação. As terças-feiras e quintas-feiras são dedicadas a outro aparelho aeróbico, cujo nome genérico ignoro completamente, mas que na academia que freqüento é chamado de "Rotex-XT", cujo aspecto é como uma mistura de caminhada com bicicleta, com pedais que se movem elipticamente, enquanto o aluno movimenta suas pernas como se estivesse caminhando para frente.

Apesar dos progressos -- parte do meu crescimento como pessoa, embora, como corpo, esteja decrescendo a massa --, ainda não experimentei a tal sensação de bem-estar e satisfação com a realização dos exercícios físicos, tão falada por tantos que os praticam e defendem. Semelhantemente, não faço idéia de qual seja a também muito comentada sensação agradável provocada pelas endorfinas secretadas pelo organismo para aliviar o eventual cansaço muscular. A única sensação que me arrebata ao final de cada sessão de exercícios é a de extremo cansaço, freqüentemente acompanhado de dor. Os sinais que o corpo enviam à mente têm sempre um sentido semelhante a um clamor desesperado por que nunca mais se repita tal afronta. Suo como se fosse uma esponja supersaturada que alguém começa a esticar. Às vezes cogito onde por ter ido parar o tal conforto da endorfinas; será que eu não as tenho?

Já foi pior. Nas duas ou três primeiras semanas, meu peito doía quase ininterruptamente, mesmo durante e após os finais de semana. Uma das monitoras (estagiárias, na academia, do curso de Educação Física, mas, em geral, muito mais simpáticas e atenciosas do que os próprios instrutores) me disse que tal dor, pelo local que apontei, seria no coração, e que eu jamais deveria ter chegado a tal ponto, mas que deveria ter feito muito menos esforço, e que eu poderia mesmo ter morrido. Não morri. Mas também não quero estragar qualquer parte do meu corpo.

Antes como agora, a única coisa -- além do objetivo de emagrecer e ganhar o necessário preparo físico para acompanhar a criação e o saudável desenvolvimento dos meus filhos -- que impede minha desistência do aborrecido e invariável cansaço extenuante que segue cada sessão de exercícios (bem como da restrição de comer do que gosto quanto quiser) é a satisfação puramente mental com a superação dos limites da sessão anterior e com os números decrescentes no dinamômetro.

Que o SENHOR me permita ter um corpo saudável, capaz de abrigar uma mente saudável, bem como um espírito feito saudável pelo seu Santo Espírito.

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